Obra

Jogo da Guerra

Jogo da Guerra, simultâneo com multiplicação de perspectivas, que acontece em três lugares distintos de uma mesma rua, além de percorrer seus arredores, é uma obra em três partes. Com inspiração no jogo homônimo de Alice Becker-Ho e Guy Debord, e dos protestos de Maio de 68 que este ano completam 50 anos, Jogo da Guerra trata de nosso tempo atual e do que podemos fazer nas ruas deste maio de 2018.

(ENGLISH BELOW)

No jogo de tabuleiro, de Becker-Ho e Debord, este último ficou conhecido por sua obra A Sociedade do Espetáculo, publicada no ano anterior, em 1967, dois times fazem suas jogadas sem ver um ao outro, enquanto um observador externo possui a visão geral do jogo. É a partir desta disposição e dinâmica que o ERRO GRUPO propõe Jogo da Guerra, um tríptico, nas ruas da cidade.

Três ações simultâneas estão em curso, as pessoas devem definir em qual das três ações tomarão parte: em uma das duas que ocorrem, em extremidades opostas, no chão das ruas, gratuitas e com capacidade ilimitada de pessoas, ou em um local interior que, além de oferecer uma visão geral da rua, também possui maior comodidade, exclusividade e intimidade, mas que tem vagas limitadas e entrada mediante doação de um quilo de alimento não perecível, agasalho ou equivalente.

O conflito entre ação direta e a estetização da mesma sob a forma de atos performáticos deixou de ser uma questão do campo das artes e está presente nas mais distintas manifestações cotidianas. Diante da estetização da política e dos limites de uma representação que contemple as diversas demandas atuais, e que represente as lutas das minorias visíveis e invisíveis, Jogo da Guerra tenta emergir a imaginação e experiência de uma possível, ou não, conquista de espaços de poder.

Jogo da Guerra - ERRO Grupo - Foto Sandra Alves (2)

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Jogo da Guerra foi contemplado pelo Prêmio Catarinense de Teatro, através do edital Elisabete Anderle de Estímulo à Cultura 2017 da Fundação Catarinense de Cultura. A obra surgiu da pesquisa prática do ERRO sobre modos coletivos de tomada de decisões e posicionamento na esfera pública, através de anseios poéticos, políticos e estéticos que movem tais experiências relacionais e que esta peça propõe em cinco campos de experiência: teatro, cidade, interatividade, jogo e imagem.

A obra é um Teatro de Imersão que se inspira no Teatro Fórum e Teatro Invisível de Augusto Boal, cruzando-os a uma performance participativa, na qual as pessoas do público também são atores e autores. A ação de Jogo da Guerra é na rua, em espaços externos, onde pulsa a cidade, mas em três locais, dois públicos e um privado, interno, em diálogo. Esta dinâmica é adotada como disparadora da obra nos três espaços, criando diferentes camadas de experiência simultâneas que almejam um teatro que sobreviva ao atual mundo midiático e que aconteça além de relações binárias: ator-público, interior-exterior, jogo-vida, realidade-ficção, indivíduo-sociedade, presença-telepresença e emissor-receptor.

Ficha Técnica
Atuação: Dilmo Nunes, Luana Raiter, Ligia Marina, Luiz Cudo, Rachel Seixas, Rodrigo Ramos e Sarah Ferreira.
Dramaturgia: Luana Raiter e Pedro Bennaton.
Técnica: Luiz Cudo e Rodrigo Ramos.
Assessoria de imprensa: Ana Letícia da Rosa.
Design gráfico e Webdesign: NoLab Arquitetura de Interfaces.
Fotos e registro audiovisual: PI Arte, Rodrigo Ramos e Sandra Alves.
Direção e concepção: Pedro Bennaton.
Criação, produção, coordenação e projeto: ERRO Grupo.
Edital Elisabete Anderle de Estímulo à Cultura 2017 – Fundação Catarinense de Cultura.
Faixa etária: Livre / Duração: 1h10.

 

Jogo da Guerra, takes place in three distinct places of the same street, besides going through its surroundings, is a work in three simultaneous parts with multiplication of perspectives. With inspiration in the homonymous game of Alice Becker-Ho and Guy Debord, and the protests of May of 68 that this year celebrate 50 years, Jogo da Guerra deals with our present time and of what we can do in the streets of this May of 2018.

In the board game, Becker-Ho and Debord, best known for his book The Society of the Spectacle, published the previous year in 1967, two teams make their plays without seeing each other, while an external observer possesses the vision of the game. It is from this disposition and dynamics that ERRO GRUPO proposes Jogo da Guerra, a triptych, in the streets of the city.

Three simultaneous actions are in progress, people must define in which of the three actions they will take part: in one of two occurring, opposite ends, on the street floor, with free acess and with unlimited capacity of people, or in an interior place that, besides offering an overview of the street, also has greater convenience, exclusivity and intimacy, but that has limited vacancies and to access this scene one must make a donating of a pound of non-perishable food, clothing or equivalent.

War game was contemplated by the Santa Catarina´s State Theater prize Elisabete Anderle de Estimulo a Cultura 2017 awarded by the Fundação Catarinense de Cultura. The work emerged from the ERRO’s practical research on collective modes of decision-making and positioning in the public sphere, through poetic, political and aesthetic urges that move such relational experiences and which this piece proposes in five fields of experience: theater, city, interactivity, game and image.

The work is an Immersion Theater piece that is inspired by Boal’s Forum and Invisible Theater, crossing to a participatory performance, in which the people of the public are also actors and authors. Jogo da Guerra happens on the streets, in outer spaces, where city pulsates, but in also in a private space, internal, that dialogue with what happens in the public space. This dynamic is adopted as a trigger for the work in the three spaces, creating different layers of simultaneous experience that aim at a theater that survives the current media world and that happens beyond binary relations: actor-public, interior-exterior, game-life, reality- fiction, individual-society, presence-telepresence, and transceiver.

Performers: Dilmo Nunes, Luana Raiter, Ligia Marina, Luiz Cudo, Rachel Seixas, Rodrigo Ramos and Sarah Ferreira.

Dramaturgy: Luana Raiter and Pedro Bennaton.

Technical crew: Luiz Cudo and Rodrigo Ramos.

Press assistant: Ana Letícia da Rosa.

Graphic Design and Web Design: NoLab Interfaces Architecture.

Photos and audiovisual: PI Arte, Rodrigo Ramos and Sandra Alves.

Direction and conception: Pedro Bennaton.

Creation, production, coordination and project: ERRO Group.

Age range: Free

Duration: 1h10.

Sponsored by Edital Elisabete Anderle de Estimulo a Cultura 2017 – Fundação Catarinense de Teatro.