Mesmo que tenhamos lançado no ano passado, acreditamos que assim como a peça, o seu livro de registros da mesma continua atual. Por isso registramos que o livro Jogo da Guerra – Dialéticas de uma intervenção urbana: antagonismos, ironias e fracassos, publicado pela Cultura e Barbárie Editora, está disponível gratuitamente AQUI! 

Um trabalho etnográfico sobre a peça de teatro do ERRO Grupo, coletivo que atua nas ruas de Florianópolis e do mundo há 19 anos, é o mote de Jogo da Guerra – Dialéticas de uma intervenção urbana: antagonismos, ironias e fracassos, da Cultura e Barbárie Editora.

Jogo da Guerra – Dialéticas de uma intervenção urbana: antagonismos, ironias e fracassos foi lançado no dia 23 de agosto de 2019 às 18 horas na Rua Nunes Machado, em frente ao bar Tralharia, número 104, no Centro de Florianópolis. O livro reúne textos críticos, ensaios fotográficos de apresentações, trechos de anotações em cadernos de atuação e direção dos organizadores, Luana Raiter e Pedro Bennaton, também dramaturgos da obra, que expõem alguns subterrâneos etnográficos do também “jogo da guerra” de uma criação artística.

Todo o processo de edição deste livro, sua organização, seleção de imagens, diagramação, capa, escritos, traduções, lançamento, distribuição gratuita, entre outros aspectos relevantes da publicação, só foi possível através dos recursos provenientes do Edital de Apoio às Culturas do Fundo Municipal de Cultura 2018 da Fundação Cultural de Florianópolis Franklin Cascaes – FCFFC/PMF.

Assim como a peça, e toda a pesquisa e atuação do ERRO Grupo nesses 19 anos, o lançamento do livro também aconteceu na rua. O ERRO preparou um lançamento performático onde foi proposta aos interessados em obter gratuitamente um exemplar da publicação uma ação que para o grupo e a editora foi a última ação de acabamento da capa de Jogo da Guerra – Dialéticas de uma intervenção urbana: antagonismos, ironias e fracassos. Também foi realizada a partir do segundo andar do Bar Tralharia uma mostra de vídeos projetados na rua de ações do grupo.

Com o fim de abranger diversos aspectos de possíveis registros e perspectivas de uma obra teatral, os organizadores e a editora reuniram autores oriundos de diferentes áreas de conhecimento, contextos e atuações profissionais: a curadora e pesquisadora em Artes Visuais Kamilla Nunes, o ator e pesquisador em teatro Giórgio Gislon, o dramaturgo e pesquisador Jucca Rodrigues, o antropólogo e professor catedrático da Universitat de Barcelona Manuel Delgado, a filósofa e professora titular da Universidade de São Paulo Olgária Matos, o antropólogo e professor da Universidade de Lisboa Paulo Raposo, o escritor espanhol Jose Sagasti, o revolucionário anarquista francês Auguste Blanqui, a fotógrafa e cineasta Sandra Alves, as atrizes e pesquisadoras do ERRO Grupo Sarah Ferreira e Luana Raiter, e o diretor e pesquisador Pedro Bennaton.

Jogo da Guerra, que fez temporada de estreia no Centro de Florianópolis em maio e junho de 2018, e apresentou-se também em Florianópolis, Itajaí e Recife em 2019, foi fruto de uma pesquisa profunda do ERRO sobre as manifestações de Maio de 68, que no ano passado completaram 50 anos, e no jogo homônimo, criado por Alice Becker-Ho e Guy Debord, este último ficou conhecido por sua obra A Sociedade do Espetáculo, publicada em 1967. Esta intervenção urbana realizou mais de 50 ações junto às pessoas que acompanhavam a obra ao longo de suas apresentações pelas ruas da cidade.

Os organizadores do livro, Pedro Bennaton e Luana Raiter, também doutorandos em Teatro pelo PPGT-UDESC, entendem que as artes do corpo, efêmeras e presencias, especialmente em suas formas contemporâneas, onde a ordem da experiência é sobressaltada, geram registros essenciais para a historiografia das artes, possibilitando ampliar o alcance das performances e um aprofundamento reflexivo sobre as mesmas. Os registros do processo criativo e de apresentações da obra Jogo da Guerra produziram um vasto acervo iconográfico e textual que foi compilado, estruturado e organizado de forma a servir de estudo para pesquisadores de teatro, teatro de rua, performance, intervenção urbana, entre outras áreas artísticas, antropológicas, sociais, ou filosóficas.

Fundada em 2009, Cultura e Barbárie é uma editora catarinense, sediada em Florianópolis, dedicada à publicação de literatura, ensaios de arte, política, filosofia e crítica cultural.