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20 e 21/08 – HASARD
HASARD é um jogo aberto onde todos podem participar. O ERRO apresenta HASARD nos dias 20 e 21-08 às 17 horas em quatro ruas de Florianópolis – Felipe Schmidt, Conselheiro Mafra, Trajano e Deodoro.
O ERRO apresenta HASARD nos dias 20 e 21-08 às 17 horas em quatro ruas de Florianópolis – Felipe Schmidt, Conselheiro Mafra, Trajano e Deodoro.
Qualquer impedimento do poder público quanto às apresentações de HASARD é CENSURA!
HASARD é um jogo aberto onde todos podem participar.
Todos fazem parte do HASARD.
O HASARD tem quatro finais e nós perdemos em todos eles.
Em um dos finais, nós perdemos o público, em outro perdemos nossas cartas, em outro falamos sobre as nossas perdas e em outro nós perdemos as nossas roupas.
Convidamos a todos para perdermos todos juntos.
As propagandas atentam contra o nosso pudor. A publicidade atenta contra o nosso pudor em não consumirmos. O comércio atenta contra o nosso direito de não consumir, contra o nosso direito de não jogar o jogo proposto pelo capitalismo. O mercado corrói o nosso direito de não apostarmos nessa roda financeira. Apostamos muito mais do que as nossas roupas nesse mercado voraz, onde as únicas relações humanas que importam são as da compra e venda. Apostamos as nossas vidas em um mercado no qual a perda atinge muitos e os ganhos são de poucos.
Cabe a nós mudarmos o jogo e perderemos novamente nos finais de HASARD. Temos quatro maneiras diferentes de perder e continuaremos perdendo como perdemos nessas seis apresentações. Nossos esforços serão concentrados para mantermos o nosso direito de perder publicamente em nosso local de trabalho, as ruas. Pela liberdade de expressão. Não estamos encenando uma perda prazerosa, estamos fazendo essa perda real que vivemos. A perda da crise.
O nu não é o problema do HASARD, o nu é um respiro no meio de tantas mazelas. Os principais problemas no HASARD são os jogos de azar que compõem as cenas, as baratas que saem dos bueiros abertos durante a peça, as cenas que representam a opressão aos direitos do cidadão, os alarmes intermitentes que alertam o perigo, a circulação desenfreada de papéis em todas as cenas da peça, a manipulação dos cidadãos através dos meios de comunicação, o controle exercido pelas formas de manutenção do poder, a ilusão do entretenimento, etc. Ou seja, o nu é a derrota, é a perda, é como a dívida que as pessoas contraem e ficam escravas das parcelas e dos juros. A economia atual provoca a morte de nossa liberdade através do oferecimento de créditos, apostas em investimentos e a presença exacerbada do consumo em nossas vidas. O comércio domina a cidade, vemos isso nas ruas a cada passo que damos. O HASARD tenta revelar isso, todos os finais de HASARD são sobre essa dominação do mercado em nossas vidas, em nosso cotidiano.
Não existe uma ordem para os atores do HASARD tirarem todas as suas roupas em um dos finais da peça. Os finais valorizam a decisão do público e as próprias vontades dos atores no momento, no próprio instante do final, é um jogo, e todo jogo é imprevisível. Cada um está livre para perder.