23º Debate Público (nome artístico) / Jogo Ágora (nome completo), do ERRO Grupo, que estreou no dia 25 de outubro no Senadinho em Florianópolis, é uma peça ou debate, peça-debate ou debate-peça, dependendo do posicionamento das pessoas em jogo ou de sua preferência de posição, até, nesse jogo de palavras (e representação). A obra é fruto da pesquisa do ERRO, que em 2017 completa 16 anos de atuação com seus trabalhos que envolvem performance, teatro de rua e intervenção urbana, que iniciou o processo específico para a peça em 2015.
À Margem, tem como base de concepção o preenchimento do espaço vazio, pelo essencial: o ator. Os três atores trabalham, cada um, com um objeto/arma (lanterna, revolver e garrafa) e são iluminados por apenas um foco de luz retangular. Isto resulta em uma performance intimista, e centralizada nas ações, para um contato visceral com o público. O ator em questão realiza ações físicas violentas.
Carga Viva não oculta o público, nem o espaço em que se desenvolve. O espetáculo é permeado pela pesquisa do ERRO de valorizar a comunicação efetiva entre atores e público, apropriando-se do espaço urbano, incluindo o espectador na ação e buscando um diálogo de igual para igual entre todos estes elementos.
O ERRO queria fazer um churrascão. Preparou tudo, espetinhos (que eram exatamente carne contra-filé, cebola, tomate e pimentão), cerveja, refrigerante, pinga, limão, farinha, pão, tijolos, grelha, carvão, e colocou tudo em duas caixas de isopor nos carros para sair pelas ruas em busca de um homenageado. Pois, o grupo não queria fazer o churrascão sozinho, queria homenagear alguma pessoa em sua própria residência.
O corpo, como sustenta Foucault, é um lugar prático e direto de controle social, em a História da Sexualidade, o filósofo salienta que por meio da organização e regulamentação do tempo, espaço e dos movimentos de nossas vidas cotidianas, nossos corpos são treinados, moldados e marcados pelo cunho das formas históricas predominantes de individualidade, desejo, masculinidade e feminilidade, tornando-se corpos dóceis cujas forças e energias estão habituadas ao controle externo.
Geografia Inutil… não jogamos, isso não é uma peça, é um concerto, um show. A terra que traz identidade, construções culturais e/ou herança, é separada por linhas, faixas e fronteiras, mas unificada dentro do globo. Uma das implicações da globalização é a justaposição cultural, onde o que é verdadeiro também é falso. Geografia Inutil… visa olhar para o vazio de estereótipos culturais.
Quatro ruas. Quatro situações. Escolha a sua posição.
Em HASARD quatro situações contaminam umas às outras, utilizando a aleatoriedade como operação, possibilitando diferentes desdobramentos das ações, através das diferentes formas de jogo que o grupo propõe aos transeuntes durante a intervenção. As ações percorrem todo um quarteirão e o público terá sempre que se posicionar para acompanhar os desenlaces das tramas propostas.
Jogo da Guerra, simultâneo com multiplicação de perspectivas, que acontece em três lugares distintos de uma mesma rua, além de percorrer seus arredores, é uma obra em três partes. Com inspiração no jogo homônimo de Alice Becker-Ho e Guy Debord, e dos protestos de Maio de 68 que este ano completam 50 anos, Jogo da Guerra trata de nosso tempo atual e do que podemos fazer nas ruas deste maio de 2018.